segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vazamento Radioativo no Japão: A outra face da tragédia do terremoto e do tsunami no país



Momento da chegada da tsunami à cidade de Miyako, Japão, no dia 11/03
(Fonte: Último Segundo)

Infelizmente, as notícias não são nada boas com relação a tragédia ocorrida, no dia 11 de março, no Japão. Se já não bastassem a devastação e o número de mortos em consequência do terremoto e, sobretudo, da tsunami que atingiu a região nordeste do país, o Japão vive - hoje - sobressaltado e atemorizado com as notícias sobre o vazamento radioativo da usina de Fukushima Dalichi ocorrido após a explosão da estrutura de concreto de um dos seus reatores.

Embora as autoridades continuem a afirmar que os efeitos da explosão são mínimos e que não há danos diretos ao reator nuclear, o acidente foi classificado na categoria 4 (a escala vai de 0 a 7) e está sendo considerado o maior desde o desastre de Chernobyl (Ucrânia), ocorrido em abril de 1986.

Como esperar que a população próxima à Usina e, consequentemente, mais vulnerável à exposição radioativa esteja tranquila?

Para quem não se lembra, o Japão já vivenciou um episódio histórico associado ao lançamento de bombas atômicas, durante a II Guerra Mundial, quando as cidades de Hiroshima e Nagasaki foram atingidas por bombas lançadas pelos EUA, respectivamente, nos dia 06 e 09 de agosto de 1945.

Embora, a situação em si ( o impacto direto das bombas na superfície) e o contexto sejam distintos, a população japonesa tem noção dos efeitos à exposição radiação, com o desenvolvimento de enfermidades como o câncer, por exemplo.

De acordo com o que foi noticiado nos meios de comunicação, em cerca de 160 habitantes da cidade de Futabamachi, vizinha à Usina, já foram diagnosticados a contaminação radioativa.

O governo japonês tomou algumas medidas em relação a isso: aumentou o perímetro de segurança para 20 km (antes eram 10 Km), retirou 200 mil moradores e vai distribuir iodo para proteger à população local no desenvolvimento de câncer de tireóide.

Além dos riscos à vida, as autoridades e, principalmente, a população afetada temem pelas enfermidades que podem ser desenvolvidas após à exposição direta e/ou indireta a radiação.

Só para se ter uma ideia, no desastre nuclear de Chernobyl, além das pessoas que morreram diretamente pelo acidente, seja pela explosão do reator seja no combate ao incêndio, muitas outras sofreram sequelas da exposição radioativa ou vieram a falecer anos - mais tarde - em consequência desta nos países afetados (Ucrânia, Bielorússia e Rússia).

As autoridades da área de saúde constataram que, depois de uma década (10 anos) do desastre, a maior parte do quase 800 casos de câncer de tireóide registrados em crianças, as mesmas se encontravam - na época (abril de 1986) - na condição de fetos, com mais de seis meses de vida intra-uterina ou tinham até seis meses de idade.

Daí, a medida a ser tomada pelo governo japonês em distribuir iodo à população local.

O número de mortos em consequência do forte terremoto e do tsunami , até a manhã de hoje, é de 977 vítimas, segundo a última apuração oficial divulgada pela polícia japonesa e divulgada na Folha Online.

Infelizmente, esta estatística vai aumentar, uma vez que o número de desaparecidos ainda é incerto. Estima-se que só no povoado de Minamisanriku, em Miyagi, arrasado pelo tsunami, o número de desaparecidos chegue a 10 mil pessoas.

Na província de Fukushima há 1.167 pessoas desaparecidas, segundo dados obtidos com as autoridades locais.

Como eu mencionei na postagem anterior, o Japão – ao longo de sua história de forças antagônicas – natureza x homem – sabe conviver com os tremores de terra (terremotos), mas nenhuma tecnologia mais avançada, que possa existir, pode minimizar os efeitos destrutivos e velozes de um tsunami.

Ainda mais sob a força que ambos impuseram ao arquipélago, visto que outros episódios de tsunamis, o país já sofreu (só que de magnitude bem mais baixa).

Acredito que não só a população japonesa, como as comunidades espalhadas em diversos países (os imigrantes japoneses), como são os de São Paulo (bairro da Liberdade) ou de Maringá (Paraná) se encontram consternados com a situação do país. O mundo todo se encontra enternecido neste momento.

 
Fontes de Consulta 
  
Folha OnLine 
 
Jornal O Globo (Edição impressa do dia 13/03/2011) 
 
Poluição Radioativa
 
Último Segundo

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